terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Revista ao ano 2020: O que foi falado?





E para 2021? Que temas querem ver abordados?

Estamos à espera dos vossos comentários!

Bom ano!


Nota: para uma melhor visualização do vídeo, façam "fullscreen" 

domingo, 1 de novembro de 2020

Infeções vulvovaginais

A vulva é o conjunto dos órgãos sexuais femininos externos, que inclui o monte púbico, os grandes e pequenos lábios, o clitóris, a abertura das vagina, entre outras estruturas anatomicamente mais específicas.

A vagina é o órgão sexual em forma de canal que se estende da vulva ao colo do útero.

Ambas são partes do corpo que estão expostas ao contato direto aquando da atividade sexual, mas nem todas as infeções da vulva e vagina são transmitidas por esta via.


De seguida apresentamos as infeções vulvovaginais mais frequentes, com algumas informações que podem ser úteis.


- Herpes genital: é causado pelo herpes vírus, se transmite por via sexual. Causa úlceras na região vulvovaginal e períneo, normalmente com dor ou ardor e os gânglios da região das virilhas estão aumentados e dolorosos. Depois de uma infeção primária (1ª infeção) podem surgir infeções subsequentes (recorrentes), normalmente com menos queixas do que na infeção primária. A resolução da infeção varia entre 1 a 3 semanas, mas é sempre importante recorrer a um médico para que possam ser prescritos antivíricos eficazes após o diagnóstico. Como cuidados gerais: vestir roupa larga de algodão, urinar para um bidé com água morna ou usar medicamentos locais ou orais para a dor pode ser bastante útil.

É recomendado o tratamento do parceiro sexual.

 

- Sífilis primária: é causada pela bactéria treponema pallidum, que se transmite por via sexual. Causa úlceras na região vulvovaginal, normalmente com lesão única e sem dor. Os gânglios da região das virilhas estão normalmente também aumentados, mas habitualmente indolores. A cicatrização das lesões pode resolver espontaneamente até 2 meses, mas o tratamento adequado é feito com Penicilina, ou outros antibióticos em caso de alergia. É muito importante um diagnóstico e tratamento atempados, para evitar complicações futuras da Sífilis.

É recomendado o tratamento do parceiro sexual.

 

- Vaginose bacteriana: é causada por um conjunto de bactérias que substituem a flora vaginal normal e não é transmitida por via sexual. Existe normalmente um corrimento vaginal branco-acinzentado com mau cheiro, ainda que em 50% dos casos as mulheres possam não ter sintomas. O tratamento é feito em mulheres sintomáticas e em mulheres sem sintomas mas que irão ser submetidas a procedimentos ginecológicos. É utilizado antibiótico (oral ou vaginal) ou comprimidos vaginais de Cloreto de dequalínio.

Não é preciso o tratamento do parceiro.

 

- Candidíase: é causada por fungos (90% dos casos Candida albicans) e não se transmite por via sexual. Existe normalmente um corrimento branco espesso e grumoso, tipo requeijão, sem cheiro. Pode existir ainda uma sensação de “inflamação” da vulva e vagina, com inchaço dos lábios vulvares, com tonalidade avermelhada e fissuras. O tratamento é feito em mulheres com sintomas com antifúngicos (oral ou vaginal).

O tratamento do parceiro só é necessário se este tiver sintomas.

 

- Tricomoníase: é causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, que se transmite por via sexual. Existe normalmente um corrimento acinzentado arejado (com bolhas) ou amarelo-esverdeado, podendo também haver sinais de irritação vulvovaginal com comichão, vermelhidão e ardor ao urinar. O tratamento é feito em mulheres com sintomas, utilizando-se antibiótico (oral) ou alguns antifúngicos.

É recomendado o tratamento do parceiro sexual.

 

- Infeção por Chlamydia trachomatis: a Chlamydia é uma bactéria que se transmite por via sexual. Esta causa inflamação do trato genital e urinário (colo do útero e uretra), podendo existir dor intensa ao urinar e corrimento vaginal amarelado ou com pus. A maioria das mulheres, ainda assim, não tem qualquer sintoma. Tratar esta infeção, mesmo em mulheres sem sintomas, é muito importante para evitar doença inflamatória pélvica e complicações futuras. Esta é muitas vezes uma infeção silenciosa e perigosa, porque se não for tratada pode ter consequências ginecológicas graves no futuro. O tratamento é feito com antibiótico.

É recomendado o tratamento do parceiro sexual.

 

- Infeção por Neisseria gonorrhoeae: a Neisseria é uma bactéria que se transmite por via sexual. Existe infeção dupla com a Chlamydia trachomatis em 35 a 50% dos casos. Tal como na infeção por Chlamydia, esta causa inflamação do trato genital e urinário (colo do útero e uretra), podendo existir dor intensa ao urinar e corrimento vaginal ou uretral amarelado ou com pus. Neste caso, apenas 10-25% dos casos não tem sintomas. Tratar todas as mulheres infetadas é muito importante, pois aqui existe também o risco de doença inflamatória pélvica e consequências ginecológicas futuras em mulheres não tratadas. . O tratamento é feito com antibióticos.

É recomendado o tratamento do parceiro sexual.

 

A não esquecer:

Recorrer a um médico ginecologista em casos de suspeita de infeção vulvovaginal é muito importante para um diagnóstico e tratamento eficaz.

Nem todas as infeções vulvovaginais se transmitem por via sexual.

Nos casos em que a via de transmissão é sexual, o uso de preservativo continua a ser a forma mais eficaz de evitar a infeção: é fácil, barato e está ao alcance de todos.

Sexualidade segura = sexualidade saudável!


Tânia Ascensão

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

A PRIMEIRA CONSULTA DE GINECOLOGIA

 A idade recomendada para a primeira consulta de Ginecologia deve situar-se entre os 13 e os 15 anos, altura em que se manifestam as primeiras alterações da puberdade. 

As mamas iniciam o seu desenvolvimento (telarca), seguindo-se o aparecimento dos pêlos púbicos e axilares, o início da menstruação (menarca) e o desenvolvimento dos órgãos sexuais. Todas estas alterações podem gerar uma grande confusão e ansiedade nas jovens adolescentes, sendo o médico, e em particular o Ginecologista, a pessoa indicada para te ajudar.

A grande maioria das jovens tem imensas dúvidas e receios antes da primeira ida ao Ginecologista. Questões como “O que me vão fazer?”, “Será que vai doer?” e “Será que os meus pais também vão estar presentes na consulta?” são bastante frequentes. Vamos então esclarecer melhor estes conceitos!

A presença ou ausência dos pais durante a consulta depende muito da tua vontade. Algumas jovens preferem ir acompanhadas pelos pais para se sentirem mais seguras e tranquilas, enquanto outras preferem ir sozinhas para estar mais à vontade. O importante é que te sintas confortável e que se possa gerar um ambiente de confiança e confidencialidade entre ti e o médico.

Durante a primeira consulta, o Ginecologista vai querer conversar contigo e fazer-te algumas perguntas para se conhecerem melhor. Existem alguns temas que são frequentemente abordados nesta consulta, tais como:

- Problemas de saúde conhecidos e acompanhamento médico;

- Hábitos alimentares e de exercício físico;

- Consumo de álcool, tabaco ou drogas;

- Mudanças físicas e psicológicas na adolescência e adaptação às mesmas;

- Autoimagem e autoestima;

- Cuidados de higiene íntima;

- Características da menstruação;

- Sexualidade e contraceção;

- Comportamentos de risco e medidas de prevenção de infeções sexualmente transmissíveis (IST) ou gravidez indesejada.

De acordo com a tua idade, atividade sexual e motivo da consulta, pode estar indicada ou não a realização do exame físico ginecológico. Não é obrigatória a avaliação ginecológica: tudo vai depender da pertinência da mesma  no contexto particular da consulta. 

Mas se for essa a situação, calma, não precisas de ficar com receio nem de ter vergonha! O exame ginecológico não dói e é importante que estejas calma e relaxada. Vamos observar e palpar as tuas mamas, a barriga e os órgãos genitais externos, podendo eventualmente ser necessário avaliar a vagina e o colo do útero com o exame ginecológico ao espéculo (também conhecido como "bico de pato") . Dependendo das queixas, pode ser também necessário fazer uma avaliação com ecografia que pode ser realizada pela barriga ou por via endovaginal ou retal. 

Não te esqueças que a consulta é totalmente sigilosa, ou seja podes partilhar com o teu Ginecologista todas as tuas dúvidas e preocupações sem que estas sejam transmitidas a ninguém (são confidenciais). 

Não existem perguntas “absurdas” ou “irrelevantes” e o médico não te vai “julgar” pelas tuas opiniões ou convicções nem te vai “obrigar” a fazer nada que não queiras. 

Não te esqueças: a missão do Ginecologista é ajudar-te e esclarecer-te o mais possível, de forma a cresceres e viveres a tua adolescência de forma feliz e saudável.

Dra. Dora Antunes

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Falar de sexualidade com o meu médico: devo fazê-lo?


A puberdade é uma época de transição entre a infância e a idade adulta, um período marcado por profundas alterações biológicas, fisiológicas e psicológicas, durante o qual o corpo adquire os caracteres sexuais (masculinos e femininos) associados ao sexo biológico, dando-se igualmente a maturação do aparelho reprodutor e a aquisição da capacidade reprodutiva.

A descoberta da sexualidade atinge o seu auge. O desejo sexual torna-se mais específico e vários estímulos adquirem valor sexual. Com uma maior atividade hormonal, os jovens passam por várias alterações ao nível do corpo, designadamente aumento dos órgãos sexuais, os rapazes têm as primeiras ejaculações, que geralmente ocorrem durante o sono (os chamados “sonhos molhados”) e nas raparigas surge a primeira menstruação (menarca). Habitualmente é neste período que ocorrem os primeiros contatos sexuais e as primeiras experiências.

Pretende-se que a sexualidade seja uma fonte de bem-estar. No entanto existem, algumas consequências evitáveis como a gravidez não desejada, interrupção voluntária da gravidez e Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST).

Apesar de cada vez mais teres acesso a uma grande quantidade de informação sobre questões relacionadas com a sexualidade fornecidas pela comunicação social e internet, a consulta médica continua a ser o local apropriado para te informares e esclareceres as tuas dúvidas sobre o risco das relações sexuais desprotegidas, as IST e o uso responsável da contraceção. Existem algumas vantagens de consultares o teu médico em vez de “consultares a net” das quais te vou falar:

Primeiro é importante que saibas que o objetivo do teu médico é manter a saúde das pessoas que o consultam, portanto, saberás que o que ele te recomendar é com o objetivo de te ajudar.

Além disso, os médicos sabem que a saúde física é tão importante e como a saúde psicológica e social, por isso vai querer ajudar-te a viveres a sexualidade de forma feliz e saudável, mas também responsável.

Ele sabe que nem sempre é fácil partilhar estas questões com outras pessoas, mas quer que saibas que ele estudou a melhor forma de te ajudar e tem experiência na área, sobretudo se se tratar do teu Médico de Família ou um médico Ginecologista.

O teu médico não te vai “julgar” pelas opiniões que manifestares na consulta, nem vai considerar que a pergunta que colocas é “absurda”. Pelo contrário, vai ficar satisfeito por perceber que conseguiu estabelecer uma relação de confiança entre ambos que te permite estar à vontade para colocares as tuas dúvidas sem receios.

A escolha do método contracetivo é uma tarefa importante. Ninguém te vai obrigar a escolher determinado método, mas vão sim, dar-te a conhecer as opções que tens face à tua história clínica que só o teu médico conhece com segurança. Depois, vai apresentar-te quais as vantagens e desvantagens de cada método para que possas fazer uma escolha informada.

No teu Centro de Saúde são fornecidos de forma gratuita preservativos e existem também métodos contracetivos gratuitos como contracetivos hormonais (por exemplo: a “pílula”), o anel vaginal, o implante subcutâneo e até dispositivos de aplicação intrauterina.

É importante prevenir gravidezes na adolescência, mas sabemos que os acidentes acontecem e mesmo nesses momentos poderemos ajudar-te, mas nesses casos deves recorrer ao teu médico o mais rapidamente possível.

E lembra-te, a sexualidade é uma fonte de prazer e comunicação, uma potencial fonte de vida e uma componente positiva de realização pessoal e das relações interpessoais. Nunca em nenhum momento a tua autonomia e liberdade de escolha podem ser colocadas em causa e por isso nada justifica a ocorrência de violência, coação, domínio ou exploração nas tuas relações de intimidade. Se sentires que isso está a acontecer contigo podes pedir ajuda ao teu médico que ele saberá ajudar-te.

Por fim, não te esqueças que a consulta com o teu médico está sujeita ao dever de sigilo médico, isto é, podes partilhar com ele as tuas preocupações que serão tratadas de forma confidencial.

Ana Vaz Ferreira, Médica de Família

sábado, 1 de agosto de 2020

Pílula do dia seguinte

A pílula do dia seguinte tem como objetivo a diminuição da probabilidade de uma gravidez após uma relação sexual desprotegida.

Deve ser tomada quando:

- Não se utilizou nenhum método contracetivo na relação sexual

ou

- Quando o uso do método contracetivo foi irregular (por exemplo esquecimento na toma da pílula diária, esquecimento na colocação do anel vaginal no dia certo, etc)

ou

- Quando o método contracetivo falhou (por exemplo, quando se rompe o preservativo).

 

Existem em formato de comprimido (vulgarmente conhecido como pílula do dia seguinte), mas o uso do dispositivo intrauterino de cobre é também uma possibilidade na contraceção de emergência, ainda que seja menos usada para este fim.

Existem 2 tipos de comprimidos: uns que podem ser usados até 3 dias depois da relação sexual desprotegida, e outro que pode ser usado até ao 5º dia. É no entanto muito importante compreender que a sua eficácia é menor com o passar do tempo.

Todas estas opções estão disponíveis para venda em Farmácias, sendo que alguns são ainda disponibilizados de forma gratuita nos Centros de Saúde, Serviços de Ginecologia e Obstetrícia e Centros de Atendimento a Jovens (CAJ)



Devem retomar a pílula ou o método que utilizavam anteriormente no dia seguinte. Se não vier a menstruação dentro de 3 a 4 semanas deve ser feito um teste de gravidez.

É importante esclarecer que a pílula do dia seguinte não é abortiva, e portanto se a gravidez já tiver ocorrido, ela não tem qualquer efeito. Daí a importância de uma toma atempada: o quanto antes após a relação sexual desprotegida!

Não existem contra-indicações à sua utilização, sendo um método seguro e sem impacto negativo na possibilidade de ter filhos no futuro.

A pílula do dia seguinte deve ser apenas utilizada em situações de emergências, não devendo substituir a utilização regular de um método contracetivo eficaz.

De relembrar ainda que a pílula do dia seguinte não previne as doenças sexualmente transmissíveis, e portanto deve ser sempre utilizada uma contraceção de barreira com preservativo.

É muito importante compreender que apesar da maioria dos métodos contracetivos serem de utilização feminina, ambos os elementos do casal são responsáveis por uma contraceção adequada e o uso do preservativo é fundamental na prevenção das doenças sexualmente transmissíveis.
 
Dra. Andreia Gaspar

 Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra


quarta-feira, 1 de julho de 2020

A minha primeira menstruação


“A minha primeira menstruação foi uma “treta”. 
Foi o desconforto de me sentir húmida, com a cuecas empapadas, mas felizmente sem dores.
Já tinha pêlos e mamas, a minha mãe já me tinha dito que qualquer dia podia aparecer e as minhas primas mais velhas também já tinham o período. Apenas contei a elas, mais ninguém precisou de saber que eu já era menstruada, e foram elas que me deram algumas dicas sobre o que fazer nesses dias do mês. Comecei a comprar pensos higiénicos no supermercado, a tentar escolher as melhores cuecas para segurar o penso, principalmente durante a noite, e a evitar vestir calças claras quando estava com a menstruação. Nas primeiras vezes achei que era uma seca e que demorava muito tempo a passar, mas pelo menos não tinha dores nem hemorragias abundantes, como algumas raparigas diziam sofrer. Consegui adaptar-me aos pensos, mais tarde aos tampões, e a certa altura já fazia a minha vida normal, mesmo quando estava com o período. Acho que na altura não pensei que isso significava que já podia engravidar, pois nem sequer pensava em ter relações sexuais. Tudo continuava na mesma, mas em pouco tempo os meus interesses mudaram, deixei de brincar com bonecas e comecei a imaginar como seria beijar o meu cantor favorito.
A minha primeira menstruação foi afinal um marco entre a infância e a idade adulta e significou o início de uma fase de mais maturidade e acima de tudo de maior responsabilidade, mas aos 12 anos ainda não sabia isso.”
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A primeira menstruação, à qual os médicos chamam menarca, marca o início da idade fértil e significa que a adolescente já pode ficar grávida e por isso se diz que passa a “ser mulher”.
Consiste numa perda de sangue castanho escuro ou vermelho, através da vagina. Pode durar 1 a 7 dias e pode ser acompanhada de dor na “barriga” ou nos “rins”.
Surge habitualmente entre os 10 e os 15 anos e quase sempre depois de a adolescente já ter mamas e pelos no púbis e nas axilas. Deve ser aguardada e aceite com naturalidade, sem receios ou expectativas exageradas.
Antigamente, no século XIX, as raparigas só tinham a primeira menstruação por volta dos 17 anos, mas durante o século XX a idade da menarca foi diminuindo até uma média de 12,3 anos, devido à maior ingestão de alimentos. Isto significa que atualmente as jovens podem ficar grávidas muito antes de terem a sua vida organizada para ter bebés e criar os filhos.
Implica maior responsabilidade e mais informação sobre os métodos contracetivos, se decidir iniciar a vida sexual.
Algumas raparigas têm problemas de saúde que podem fazer com que a menstruação seja mais abundante ou apareça mais cedo ou mais tarde que a média. Existem também algumas raparigas que não vão ter menstruação porque nasceram sem útero.
Deve recorrer ao médico assistente se tiver a primeira menstruação antes dos 10 anos ou se não tiver tido menstruação até aos 15 anos. Deve também recorrer ao médico se tiver muitas dores ou perder muito sangue durante a menstruação.

Dra. Filomena Sousa
Maternidade Alfredo da Costa

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Alterações mamárias na adolescência

Durante a puberdade, o crescimento e as alterações corporais, principalmente as alterações mamárias, podem causar-te dúvidas e preocupações.   

Do nascimento à vida adulta, as mamas desenvolvem-se, passando por vários estágios até atingir o formato e volume definitivosDurante a infância, as mamas praticamente não contêm tecido glandular e os mamilos são praticamente lisos, depois no inicio da puberdade formam-se os "botões mamários", as mamas elevam-se ligeiramente e os mamilos começam a ganhar pigmentação e aumentam de diâmetro. O “botão mamário” aparece em média aos 10 anos de idade e forma-se quase sempre primeiro numa mama e, pouco depois, na outra, em algumas adolescentes o início do desenvolvimento mamário pode iniciar-se mais tardiamente sem que isso seja considerado anormal.  

Mais tarde, por volta dos 11 anos, começam a produzir-se as alterações mais marcadas, que fazem com que as mamas cresçam e se tornem mais proeminentes e as aréolas mais lisas e rosadas, destacando-se ainda mais em relação ao resto da superfície mamária. As mamas em adultas adquirem um volume ainda maior e adotam uma forma esférica típica. O crescimento da mama feminina é diferente em cada mulher. 

O desenvolvimento mamário, cuja duração é normalmente de cinco a nove anos, pode ver-se afetado por diversas alteraçõesO tecido mamário responde aos estímulos hormonais, mas ás vezes essa resposta não é adequada. A patologia mamária na adolescência é habitualmente benigna, englobando alterações do desenvolvimento, nódulos mamários e/ou corrimentos mamilares.  

Explicamos-te algumas das alterações mais frequentes 

  • Dor mamária: é a mais frequente das alterações mamárias, decorre de estímulos hormonais e por isso é comum o seu aparecimento antes do período menstrual 

  • Assimetria mamária: embora pareça estranho, não é preocupante, ocorre em muitas adolescentes e na maioria das vezes ocorre a simetria no final da puberdade 

  • Hipertrofia mamária: corresponde ao excesso de volume das mamas pode causar desconforto com repercussão postural causando dor mamária e dores nas costas  

  • Hipotrofia mamária: corresponde ao volume das mamas medicamente considerado pequenoNormalmente, pelo facto da mama ser pequena, não deixa de desempenhar corretamente o seu papel.  

  • Nódulos mamários:  os fibroadenomas são os mais frequentes, correspondem a um nódulo que aparece geralmente entre 15 e 25 anos de idade, é duro, móvel, único, não doloroso e bem delimitado, como se fosse uma "bolinha " dentro da mama. Estes nódulos têm na maioria dos casos indicação para vigilância médica, pois não são mais que o reflexo das oscilações hormonais nessa idade 

elaboração da imagem corporal e a satisfação com o corpo sofrem várias influências: da família, dos grupos de amigos, da publicidade, dos media e da sociedade em geral. 

Reconhecer a diversidade de características das mamas é essencial para perceberes que o que torna uma mama atraente é muito mais subjetivo.  

Adolescência é passar por grandes transformações físicas, emocionais e sociais, é NORMAL ter duvidas e preocupações 


Dra. Mariana Sucena
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra