quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Infeções sexualmente transmissíveis (IST)

 Em 2021 decidimos fazer diferente!

Decidimos que 2021 devia responder às vossas perguntas, de forma mais prática e eficaz.

Assim, pegámos nas dúvidas, medos e anseios mais frequentes das nossas jovens e decidimos dar-lhes respostas: sem rodeios! 


São muitas as dúvidas sobre infeções sexualmente transmissíveis (IST), tais como:


O HPV também se transmite por sexo oral?

Sim, o HPV transmite-se através da atividade sexual por via oral, vaginal e ainda por via anal. As lesões associadas ao HPV potencialmente causadoras de cancro existem assim nestes locais. Desta forma, para além do risco de cancro do colo do útero, existe ainda risco de cancro anal e da boca e garganta. É importante desta forma a proteção com preservativo em qualquer forma de atividade sexual.


 O que é a doença inflamatória pélvica?
A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma doença dos órgão genitais em que as bactérias envolvidas são transmitidas por via sexual e ascendem pela vagina até ao útero e trompas de Falópio, podendo estender-se à cavidade pélvica (dentro da barriga). Frequentemente numa fase inicial pode não dar sintomas, ou apenas existir um corrimento vaginal anormal. A médio e longo prazo pode causar abcessos, dor pélvica, infertilidade e/ou gravidez ectópica (gravidez fora do útero) por aumento das aderências provocadas pela infeção.

As IST também se transmitem entre casais homossexuais?
Sim, as IST transmitem-se tanto em casas hetero como homossexuais.

 
O HIV também se transmite pelos beijos na relação sexual?
Não. O HIV não se transmite pela saliva, pelo que beijar um parceiro portador de HIV não aumenta o risco de transmissão. O ato sexual com contacto de fluidos sexuais sem proteção com preservativo pode permitir a transmissão, assim como contacto com sangue infetado (ex: transfusões ou partilha de seringas). É importante cada elemento do casal ter os seus artigos de higiene pessoais, como escovas de dentes e giletes, a fim de evitar o contágio por soluções de continuidade com exposição a sangue infetado.
 

Como posso evitar ter uma IST?
Ter uma sexualidade responsável é fundamental. O início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros sexuais e parceiro sexual recente são fatores de risco para IST, mas o que consideramos mais fundamental é a relação sexual desprotegida. O uso do preservativo é fundamental para evitar a transmissão destas infeções, que não existe com outros métodos contracetivos, como a pílula ou outros. É por esta razão fundamental um método contracetivo duplo (ex: pílula + preservativo ou anel vaginal + preservativo ou DIU + preservativo, etc): para evitar uma gravidez indesejada com mais segurança e garantir proteção contra a IST.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Interrupção voluntária da gravidez (IVG)

 Em 2021 decidimos fazer diferente!

Decidimos que 2021 devia responder às vossas perguntas, de forma mais prática e eficaz.

Assim, pegámos nas dúvidas, medos e anseios mais frequentes das nossas jovens e decidimos dar-lhes respostas: sem rodeios! 


São muitas as dúvidas sobre interrupção voluntária da gravidez, tais como:


No caso de violação sexual, até quando é possível fazer um aborto?


Nos casos em que a gravidez seja resultado de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual, a IVG pode ser realizada até às 16 semanas de gravidez.


Fazer um aborto diminui a probabilidade de conseguir ter filhos no futuro?

Hoje em dia as interrupções da gravidez podem e devem ser realizadas em centros médicos adequados com profissionais de saúde que prestam os cuidados necessários. Assim, o número de complicações é muito reduzido, fazendo com que a fertilidade não seja afetada. Esta é alias retomada aproximadamente 10 dias após a IVG.


O aborto tem custos para a mulher?

Não. Nos hospitais oficialmente reconhecidos para o efeito, a IVG é um processo gratuito.


Quando posso começar um método para evitar a gravidez? 

No caso das pílulas orais, do implante subcutâneo ou dos métodos de barreira (preservativo), estes podem ser iniciados no próprio dia da IVG. Os dispositivos no útero são também uma opção, podendo ser colocados na consulta de controlo que é realizada cerca de 15 dias após a IVG.


Tenho 15 anos. Posso fazer um aborto?

  É possível realizar uma IVG com 15 anos, mas é necessário a assinatura do consentimento informado pelo representante legal da jovem: pai, mãe ou tutor. Este é um procedimento obrigatório para menores de 16 anos.

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Dor menstrual

 Em 2021 decidimos fazer diferente!

Decidimos que 2021 devia responder às vossas perguntas, de forma mais prática e eficaz.

Assim, pegámos nas dúvidas, medos e anseios mais frequentes das nossas jovens e decidimos dar-lhes respostas: sem rodeios! 


São muitas as dúvidas sobre dor menstrual, tais como:


Tenho dores na altura do período. Faço o anti-inflamatório mas não melhora quase nada. O que posso fazer mais?


Na maioria das vezes a causa da dor menstrual é primária (funcional), mas temos sempre que excluir outras causas caso não melhore com a terapêutica médica de primeira ou segunda linha. A primeira coisa a fazer é verificar se o anti-inflamatório está a ser feito na dose adequada. Também poderá tentar-se uma contraceção oral (que deverá ser sempre prescrita por um médico). Caso a situação se arraste ainda assim,, é aconselhável uma observação médica ginecológica para excluir causas secundárias.



Como devo fazer o anti-inflamatório?


Existem alguns anti-inflamatórios no mercado que podem ser uma opção. As dosagens de cada um são:
  • Ibuprofeno 200 mg 4/4h ou 400 mg 8/8h 
  • Naproxeno 250-500 mg 12/12h 
  • Diclofenac 100mg seguido 50 mg 6/6h-8/8h (máx 200mg/dia)

Às vezes quando tenho dores menstruais fico nauseada e não consigo ir a escola. É normal?

Algumas vezes os sintomas associados à dor menstrual passam também por náuseas, vómitos, diarreia e/ou dor de cabeça. Isto pode ser de facto limitativo para a adolescente e é causa frequente de absentismo escolar (falta às aulas). É por isso tão importante fazer a medicação aconselhada para evitar o desconforto. 


Ainda não tenho relações. Faz-me confusão fazer uma pílula só por causa das dores. Não me faz mal?

A pílula neste contexto tem uma função terapêutica e não contracetiva. Claro que para alguém que tenha vida sexual ativa, acaba por ter uma dupla função. Em primeira linha temos os anti-inflamatórios mas fazer uma pílula não deve representar um medo. Esta deve ser sempre prescrita por um profissional de saúde: médico de família ou ginecologista. 


Quando comecei a menstruar não tinha dores, só passados uns meses comecei a ter este sintoma. É normal?

A dor menstrual habitualmente surge nos primeiros 3 anos após a primeira menstruação, por isso esse padrão pode ser normal. Inicia-se habitualmente algumas horas antes do início do fluxo e prolonga-se por 2-3 dias, sendo mais intensa nas primeiras 24-48 horas.

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Higiene íntima: como fazer?

Em 2021 decidimos fazer diferente!

Decidimos que 2021 devia responder às vossas perguntas, de forma mais prática e eficaz.

Assim, pegámos nas dúvidas, medos e anseios mais frequentes das nossas jovens e decidimos dar-lhes respostas: sem rodeios! 


São muitas as dúvidas sobre higiene íntima, tais como:


Como devo lavar a zona genital?

Deve passar-se por água os genitais externos, o que por si só permite remover grande parte dos resíduos. De seguida devemos utilizar um detergente especial para a região genital (que se encontra com facilidade em farmácias ou parafarmácias) em movimentos circulares evitando trazer conteúdo perianal para a região vulvar. Deve assim lavar-se a vulva (zona exterior dos grandes e pequenos lábios que contém pele), o monte púbico (parte superior à vulva normalmente composto por pele e pelos púbicos) região perianal e raiz das coxas, incluindo as dobras e sulcos cutâneos, como o sulco interlabial (entre os grandes e os pequenos lábios). Não devem ser feitos duches e lavagens vaginais.


Usa sabão azul e branco ou Betadine vaginal é uma boa opção?

Não! Ambos esses produtos secam a pele e mucosas e portanto não devem ser opção para a higiene íntima. Como dissemos atrás, nas farmácias existem produtos próprios e com pH adequados à região genital. Não devem ainda ser usados sprays, perfumes, talcos ou lenços humedecidos. 


Com que frequência devo lavar os genitais?

Devem ser lavados diariamente, 1 a 2 vezes ao dia. O tempo de lavagem não deve exceder 1-2 minutos para evitar a secura excessiva, e no final a pele da genitália externa deve ser bem seca com uma toalha.


Também devo hidratar a pele da vulva?

Em casos de pele seca, também a região genital pode ser hidratada no final do banho. Existem hidratantes próprios para os genitais, pelo que te deves aconselhar com o teu médico ou farmacêutico sobre qual a melhor opção.



Higiene após relações sexuais: o que fazer?
Após a relação sexual, deve lavar-se a área genital externa com água e produto de higiene íntima mas não são recomendados os duches vaginais.  


Higiene durante a menstruação: como fazer?
No período menstrual, a higiene deve ser feita com mais frequência, de forma a evitar a humidade prolongada. O uso de pensos higiénicos é possível, mas devem ser trocados com frequência, de forma a garantir a limpeza, mas também evitar a irritação vulvar. Os pensos higiénicos desodorizantes não devem ser utilizados. Os tampões podem ser utilizados com segurança, desde que mudados com frequência.

domingo, 1 de agosto de 2021

Síndrome do ovário poliquístico

 Em 2021 decidimos fazer diferente!

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Assim, pegámos nas dúvidas, medos e anseios mais frequentes das nossas jovens e decidimos dar-lhes respostas: sem rodeios! 


São muitas as dúvidas sobre síndrome do ovário poliquístico, tais como:


O que é?

É um síndrome caracterizado por irregularidades menstruais, ovários de aspeto poliquístico à ecografia pélvica e excesso de hormonas androgénicas circulantes no sangue ou clínica de hiperandrogenismo (excesso de pelos ou acne). 


Qual a origem?

Não está ainda totalmente esclarecida , podendo ter uma origem poligénica e com importância familiar.


Como se trata?

Os sintomas do síndrome do ovário poliquístico são habitualmente controlados com pílulas com compostos anti androgénicos. Estas pílulas vão regularizar os ciclos e melhorar a clínica de hiperandrogenismo. Existem outros medicamentos específicos como anti androgénicos isolados, mas estes são apenas utilizados em casos muito específicos. Adotar um estilo de vida saudável com alimentação adequada, exercício físico e perda de peso é por si só uma estratégia terapêutica muito útil.


Quais as consequências?

Estas jovens têm maior risco de ter problemas de diabetes, alteração do colesterol e hipertensão no futuro. Algumas podem ainda ter dificuldade em engravidar. É claro que nem todas as mulheres com o síndrome vão obrigatoriamente ter estas complicações, mas é muito importante preveni-las apostando num estilo de vida saudável atempadamente. 


Se à ecografia me disserem que tenho muitos quistos nos ovários quer dizer que tenho ovário poliquístico?

Para se fazer o diagnóstico é importante ter presente 2 dos 3 critérios atrás apresentados, ou seja, ter ovários com aspeto poliquístico isoladamente não quer dizer que se tenha o síndrome. Aliás, nos primeiros 4 anos após a primeira menstruação não se deve valorizar essa característica ecográfica, já que fisiologicamente os ovários podem ter esse aspeto e isso ser normal. Aconselha-te sempre com um médico antes de fazeres interpretações de exames.


O que devo fazer se tiver acne?

É muito importante para além de descartar patologia ginecológica, ser avaliada por um dermatologista. Associado a um possível diagnóstico de síndrome do ovário poliquístico (que pode ser tratado com uma pílula) deves ser vista por um médico da dermatologia e adotar medidas de higiene da pele adequadas, assim como eventualmente realizar tratamentos específicos para a pele como antibióticos ou outros, de acordo com os aconselhamentos médicos.


E o excesso de pelos? Como devo abordar?

Após uma análise adequada, devem ser descartadas outras doenças que possam justificar o excesso de pelos. Se nada mais for encontrado e se assumir o diagnóstico de síndrome do ovário polquístico, este deve então ser tratado como atrás já dissemos. Ao mesmo tempo, é importante realizar medidas de depilação adequadas: com cera ou preferencialmente com laser.


E se eu tiver infertilidade associada ao síndrome? Há solução?

Sim claro. Normalmente nestes casos pode haver dificuldade em engravidar por alterações na ovulação mensal, mas há medicamentos que podem ajudar nestes casos. É importante no entanto perceber que nem todas as mulheres com síndrome do ovário poliquístico têm infertilidade.





quinta-feira, 1 de julho de 2021

Rastreio do cancro do colo do útero

 Em 2021 decidimos fazer diferente!

Decidimos que o ano novo devia responder às vossas perguntas, de forma mais prática e eficaz.

Assim, pegámos nas dúvidas, medos e anseios mais frequentes das nossas jovens e decidimos dar-lhes respostas: sem rodeios! 


São muitas as dúvidas sobre o rastreio do cancro do colo do útero, tais como:


Quando devo começar?

Segundo o publicado em Diário da República, em Portugal o rastreio do cancro do colo do útero deve ser realizado a partir dos 25 anos.


O que é o HPV?

HPV significa Papiloma Vírus Humano. É um vírus que se transmite por via sexual (infeção sexualmente transmissível) e que é responsável por 99% dos cancros do colo do útero.


O HPV dá sintomas?

O HPV muito raramente dá sintomas. Podem aparecer algumas verrugas na zona genital (associadas a HPV de baixo risco) ou em alguns casos sintomas de dor ou hemorragia nas relações sexuais. Ainda assim, e de uma forma geral, é uma doença silenciosa que não dá quaisquer sintomas.


Como é feito o rastreio?

É realizada uma colheita no colo do útero com uma escova, idealmente durante o exame ginecológico com espéculo. A escova é depois depositada num frasco com líquido apropriado e o seu conteúdo é analisado de forma a detetar ou não a presença de HPV.


E com que frequência é feito?

Se o rastreio for negativo, este deve ser realizado de 5 em 5 anos. Nos casos em que o HPV é positivo, devem ser feitos estudos adicionais (caso a caso).


Se eu tiver HPV positivo significa que vou ter um cancro do colo do útero?

O HPV é uma condição necessária mas não suficiente para o cancro do colo do útero. Quando existe um HPV positivo persistente ao longo do tempo existe de facto um fator de risco acrescido para cancro do colo do útero, mas não significa que haja cancro ou que obrigatoriamente se vá desenvolver um cancro. Devem adotar-se estilos de vida adequados como deixar de fumar e garantir uma boa função do sistema imunitário, já que habitualmente este é capaz de eliminar o vírus.


O que devo fazer se tiver HPV positivo?

Dependendo do estudo realizado neste contexto, estas mulheres devem ser avaliadas em consulta de Ginecologia hospitalar e ser observadas com um colposcópio. Este é um aparelho que permite um aumento significativo da imagem do colo do útero. Assim o médico verifica se há áreas suspeitas que necessitam de biópsia ou se será apenas necessária uma vigilância e observações regulares em consulta diferenciada.


Como posso prevenir ser infetada por HPV?

A vacinação é uma ótima estratégia preventiva, idealmente antes do início da atividade sexual. É também muito importante praticar uma sexualidade segura: evitar ter muitos parceiros sexuais e usar sempre a proteção de barreira (preservativo).


terça-feira, 1 de junho de 2021

Pílulas orais com progestativo isolado

Em 2021 decidimos fazer diferente!

Decidimos que o ano novo devia responder às vossas perguntas, de forma mais prática e eficaz.

Assim, pegámos nas dúvidas, medos e anseios mais frequentes das nossas jovens e decidimos dar-lhes respostas: sem rodeios! 


São muitas as dúvidas sobre a pílula com progestativo isolado, tais como:


Como são constituídas?

Ao contrário das pílulas combinadas, estas contém apenas 1 composto: o progestativo.

Atualmente em Portugal existem 2 tipos: as que são constituídas com drospirenona e as que são constituídas por desogestrel. 


Quando devem ser utilizadas?

O seu uso é preferido nos casos em que o estrogénio não deve ser utilizado. São exemplo os casos de risco tromboembólico como: hipertensão arterial, alterações na função do sangue (trombofilia), idade, uso de tabaco, obesidade, enxaqueca, história pessoal de trombos, doenças graves no coração, antecedentes de AVC ou outros.


Quando não devem ser utilizadas?

Devem ser evitadas em casos de doenças do fígado graves (cirrose), cancro da mama ou hemorragia genital inexplicada.

As pílulas com progestativo têm pausa?

Não. Todas as pílulas de progestativo isolado existentes no mercado são de toma contínua, ou seja sem pausa entre embalagens.


Isso significa que não vou menstruar?

Depende. É normal que no início da toma (primeiros 2-3 meses) possa existir uma perda de sangue irregular e pouco previsível. À medida que se avança nos meses e na toma da pílula, 50% das jovens fica sem perdas de sangue, sendo que as restantes podem ter perdas regulares (40%) ou manter perdas irregulares e imprevisíveis (10%). Se o progestativo utilizado for a drospirenona, a maioria das jovens apresenta um padrão tipo "menstrual cíclico".


Devo tomar a pílula em que horário?

Tal como a pílula combinada, a pílula com progestativo pode ser tomada em qualquer altura do dia, desde que sempre na mesma hora. É importante não falhares no horário da toma e para isso podes utilizar várias ajudas: colocar um alarme no telemóvel, colocar a embalagem da pílula junto à mesa de cabeceira ou ao lado da escova dos dentes.


As pílulas progestativas engordam?

Os estudos científicos não revelam um aumento de peso significativo com a toma de pílula progestativa. Em todo o caso deve manter-se um estilo de vida saudável e alimentação equilibrada.


Quando devo iniciar a 1ª embalagem?

Idealmente deve iniciar-se no primeiro dia do ciclo menstrual. No caso de ser iniciada em qualquer altura do ciclo, deve usar-se proteção adicional barreira (preservativo) se relações sexuais nos 2 dias seguintes. 




sábado, 1 de maio de 2021

Pílulas orais combinadas

Em 2021 decidimos fazer diferente!

Decidimos que o ano novo devia responder às vossas perguntas, de forma mais prática e eficaz.

Assim, pegámos nas dúvidas, medos e anseios mais frequentes das nossas jovens e decidimos dar-lhes respostas: sem rodeios! 


São muitas as dúvidas sobre a pílula combinada, tais como:


Como são constituídas?

As pílulas combinadas têm 2 compostos: estrogénio e progestativo. São as mais frequentemente utilizadas, devendo ser evitadas em casos em que está contraindicado o uso de estrogénios. 


As pílulas combinadas têm sempre os 7 dias de pausa?

Nem sempre. Dependendo da pílula escolhida, esta pode ser de facto usada durante 21 dias com uma pausa de 7 dias ou ser usada todos os dias do mês. É importante saber o nome da pílula para que te possas aconselhar com o teu médico sobre a correta utilização.


Devo tomar a pílula em que horário?

A pílula combinada pode ser tomada em qualquer altura do dia, desde que sempre na mesma hora. É importante não falhares no horário da toma e para isso podes utilizar várias ajudas: colocar um alarme no telemóvel, colocar a embalagem da pílula junto à mesa de cabeceira ou ao lado da escova dos dentes.


As pílulas mais fracas são melhores?

Não existem pílulas fracas e fortes, existem sim pílulas com diferentes dosagens de estrogénio. Temos no mercado português pílulas com 0.015mg; 0.02mg; 0.03mg e 0.035mg de estrogénio sendo que em adolescentes é até preferível utilizar uma dose de estrogénio de 0.03mg de forma a proteger o osso em crescimento. O importante é adaptar as doses de estrogénio à idade e aos fatores de risco individuais.


As pílulas combinadas engordam?

Os estudos científicos não revelam um aumento de peso significativo com a toma de pílula combinada. Em todo o caso deve manter-se um estilo de vida saudável e alimentação equilibrada.


Quando devo iniciar a 1ª embalagem?

Idealmente deve iniciar-se nos primeiros 5 dias do ciclo menstrual. No caso de ser iniciada em qualquer altura do ciclo, deve usar-se proteção adicional barreira (preservativo) se relações sexuais nos 7 dias seguintes.


O que fazer se me esquecer de tomar a pílula?

Se te esqueceres de tomar 1 comprimido, deves tomá-lo assim que possível nem que isso implique tomares 2 comprimidos de uma vez (o do dia anterior esquecido e o do próprio dia). 

- Se te esqueceres de tomar 2 ou mais comprimidos na primeira ou segunda semana da embalagem, deves usar proteção adicional barreira (preservativo) nos 7 dias seguintes mas manter a toma habitual dos comprimidos. 

- Se o esquecimento de 2 ou mais comprimidos se der na terceira semana da embalagem deves obrigatoriamente fazer 2 meses de pílula contínua (sem pausa nas pílulas de 21 comprimidos e sem tomar os comprimidos placebo nas pílulas de uso contínuo) e usar adicionalmente proteção barreira (preservativo) nos 7 dias seguintes. 


Com que idade devo iniciar a pílula?

Deve ser utilizada como contraceção desde o início de uma vida sexualmente ativa, juntamente com o preservativo (já que este é o único que te protege das infeções sexualmente transmissíveis). Se a sua utilização tem outros fins, como controlo sintomático de queixas ginecológicas, esta deve ser iniciada consoante uma avaliação e prescrição médicas.


quinta-feira, 1 de abril de 2021

Pílulas orais

Em 2021 decidimos fazer diferente!

Decidimos que o ano novo devia responder às vossas perguntas, de forma mais prática e eficaz.

Assim, pegámos nas dúvidas, medos e anseios mais frequentes das nossas jovens e decidimos dar-lhes respostas: sem rodeios! 


São muitas as dúvidas sobre a pílula, tais como:


As pílulas são todas iguais?

Não. Existem pílulas combinadas (estrogénio + progestativo) e pílulas só com progestativo. E mesmo dentro de cada tipo há componentes e dosagens diferentes que são mais ou menos adequados às tuas características: a tua idade, os teus factores de risco (hipertensão, história de tromboses pessoais ou na tua família por exemplo), se tens acne ou excesso de pelos ou até mesmo se apresentas retenção de líquidos. É muito importante fazer uma história clínica adequada e verificar qual a pílula mais adequada para ti.


Como se toma?

As pílulas são comprimidos tomados oralmente com um pouco de água. Devem ser tomadas sempre à mesma hora de forma sistemática. Dependendo do tipo de pílula, os comprimidos devem ser tomados todos os dias ou durante 21 dias com pausa de 7 dias. 


Como funciona?

Os componentes de pílula vão ser absorvidos pelo teu intestino para a circulação e assim apresentar a sua eficácia contraceptiva. Se não falhares na toma da pílula, a acção da pílula é feita de forma muito satisfatória.


O que provoca a falta de eficácia da pílula?

Se não tomares a pílula adequadamente (sempre a mesma hora) ou tiveres vómitos ou diarreia pouco tempo depois da toma do comprimido, a sua eficácia pode ficar comprometida. Existe a ideia de que os antibióticos no geral diminuem a eficácia da pílula, mas isso não é bem verdade. Muitas vezes o que acontece é que associado à toma dos antibióticos ou outros medicamentos há vómitos e diarreia, e o mecanismo da falha está aqui.

Há, ainda assim, alguns medicamentos que sim podem interferir na eficácia da pílula. São eles:

1) Rifampicina, Rifabutina, Griseofulvina e Ritonavir

2) Alguns anti-convulsivantes (em jovens com epilepsia com necessidade de medicação) como Carbamazepina, Oxicarbazepina, Fenobarbital, Eslicarbazepina, Fenitoína, Primidona, Rufinamida, Etossuximida e Topiramato em doses > 200mg

3) Erva de São-João


Existe algum outro benefício das pílulas sem ser o contraceptivo?

Sim. As pílulas podem ser usadas com o objectivo de garantir a contracepção mas também como auxílio na regularização dos ciclos menstruais, no controlo de hemorragias uterinas anormais ou até mesmo das dores menstruais. Para além disto, pode ainda ter benefício no controlo do acne ou excesso de pilosidade. É muito importante realizar uma história clínica adequada com exame clínico e eventualmente exames de imagem (se se justificar) de forma a compreender as queixas da jovem e perceber se iniciar uma pílula com objetivo terapêutico é a melhor opção.


A pílula diminui a fertilidade?

Não. Tomar a pílula não diminui a tua fertilidade futura. Podes ficar descansada.


Se eu quiser ir a praia e não quiser menstruar, faz mal fazer duas caixas de pílula seguidas?
Não, não faz mal. 
No caso se estares a fazer uma pílula combinada (estrogénio + progestativo) de 21 comprimidos, podes fazer 2 embalagens seguidas sem problema. No caso de estares a fazer uma pílula combinada de 28 comprimidos (em que tomas 1 comprimidos todos os dias) podes fazer 2 caixas seguidas nem tomar os comprimidos de cor diferente. Nesse caso, esses comprimidos são placebo (sem medicamento) e para teres um efeito contínuo hormonal deves saltar esses comprimidos.
Na realidade fazer pílula contínua não traz nenhum problema de saúde, ao contrário daquilo que a maioria das pessoas pensa. O que pode acontecer é o endométrio (interior do útero) ficar muito fino e haver spotting (pequenas hemorragias a meio das embalagens). Para evitar que isso aconteça, podes fazer um descanso entre pílulas de tempos a tempos (por exemplo de 3 em 3 meses).

A pílula também me protege das infeções sexualmente transmissíveis?

Não! Nunca esquecer que o preservativo é o método fundamental na prevenção destas infeções. A pílula é um método contracetivo cujo objetivo é evitar uma gravidez.



Não percas os próximos posts onde vamos falar dos diferentes tipos de pílulas: as combinadas e as progestativas isoladas. Vamos esclarecer todas as tuas dúvidas!

segunda-feira, 1 de março de 2021

Implante subcutâneo: sabe tudo aqui!

 Em 2021 decidimos fazer diferente!

Decidimos que o ano novo devia responder às vossas perguntas, de forma mais prática e eficaz.

Assim, pegámos nas dúvidas, medos e anseios mais frequentes das nossas jovens e decidimos dar-lhes respostas: sem rodeios! 


São muitas as dúvidas sobre o implante subcutâneo, tais como:


O que é?

O implante subcutâneo consiste num pequeno bastão de plástico, macio, flexível, com 4 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro que contém 68 mg da substância activa contraceptiva: o etonogestrel.


Como funciona?

Uma vez aplicado na face interna do braço pelo médico, o implante vai libertando o etonogestrel no organismo, garantindo assim uma boa eficácia contraceptiva.


Como se introduz?

O procedimento é muito simples e é realizado num consultório médico. Após desinfecção da face interna do braço (normalmente o braço não dominante), é administrada uma anestesia local e de seguida colocado o implante com recurso a um aplicador próprio. É rápido e praticamente indolor, apresentando apenas um pequeno desconforto aquando da aplicação da anestesia.


Quanto tempo dura?

O implante tem uma durabilidade de 3 anos (ainda que pareça ter eficácia até aos 5 anos de utilização), permitindo uma eficácia contraceptiva durante este período de tempo. Não precisas de tomar medicamentos diários ou tomar qualquer outra medida.


Como vão ser os meus períodos?

A maioria das jovens deixa de menstruar a médio-longo prazo com o implante, sem que isso signifique que algo está errado! Nos primeiros meses é normal existir algumas perdas de sangue irregulares e isso também é normal. Numa percentagem menor de jovens, o implante pode dar algumas hemorragias mais abundantes ocasionalmente. Não te alarmes! Se for esse o caso, não vás a correr ao Centro de Saúde para tirar o Implante. Às vezes fazer um anti-inflamatório ou uma pílula durante uns meses é o suficiente para regularizar as perdas de sangue. 


Como se retira o implante?

O implante é retirado no consultório médico. Através da palpação do braço é comum sentir-se o ressalto do bastão logo abaixo da pele. Após desinfecção e anestesia local, faz-se um pequeno golpe do braço na zona do bastão e ele é retirado sem complicações. Acredita: é mais simples do que parece. 


E se não conseguirmos tirar o implante no consultório?
Às vezes acontece, mas não é nenhum problema. Podemos ter necessidade de fazer alguns exames de imagem ao braço para confirmar a posição do implante e depois, se ele estiver mais profundo do que o habitual, ter que o tirar no bloco operatório sob anestesia geral.


O implante também me protege das infeções sexualmente transmissíveis?

Não! Nunca esquecer que o preservativo é o método fundamental na prevenção destas infeções. O implante é um método contracetivo cujo objetivo é evitar uma gravidez.



                                                                Ficaste com vontade de experimentar?


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Anel vaginal: sabe tudo aqui!

 Em 2021 decidimos fazer diferente!

Decidimos que o ano novo devia responder às vossas perguntas, de forma mais prática e eficaz.

Assim, pegámos nas dúvidas, medos e anseios mais frequentes das nossas jovens e decidimos dar-lhes respostas: sem rodeios! 


São muitas as dúvidas sobre o anel vaginal, tais como:


O que é?

Consiste num anel flexível com cerca de 5 cm de diâmetro, que se insere na vagina.


Como funciona?

O anel vai libertando hormonas (semelhantes às hormonas usadas nas pílulas) que são absorvidas na vagina para a corrente sanguínea.


Como se introduz?

O anel é maleável e fácil de colocar, bastando para isso apertá-lo até adquirir um formato oval e introduzi-lo dentro da vagina. Desde que se mantenha lá dentro, a eficácia contracetiva é garantida.


Como se utiliza?

É colocado na vagina pela mulher uma vez por mês. Fica durante 3 semanas, sendo depois removido 1 semana. Durante esta semana de pausa, surge frequentemente a hemorragia de privação, ou "menstruação". O ciclo deve repetir-se sucessivamente, sem falhas.


É confortável usar o anel?

A maioria das jovens, além de considerar fácil a introdução e a remoção do anel, também o consideram bastante confortável. 

Se eventualmente sentires algum incómodo, basta empurrá-lo um pouco mais para dentro. 

Importante dizer que o mesmo se mantém para as relações sexuais: são raras as queixas do casal, ainda que por vezes refiram senti-lo, mas sem dor ou incómodo associado. 


O anel pode sair da vagina?

É muito raro acontecer, mas caso aconteça basta passar o anel por água morna e voltar a introduzi-lo. É importante no entanto que não seja ultrapassado o período das 3h fora da vagina. 

O anel não se perde no corpo humano: não precisas de te preocupar. 


E se me esquecer de retirar o anel?

O anel vaginal pode manter a sua eficácia até um máximo de 4 semanas. Se estiver dentro deste prazo, podes retirá-lo fazer a pausa habitual de 1 semana e seguir o método normalmente, voltando a colocar outro anel após a semana de pausa.

A partir da 4ª semana, é importante tomar precaução com preservativo ou usar a contraceção de emergência caso já tenha existido uma relação sexual. 


O anel também me protege das infeções sexualmente transmissíveis?

Não! Nunca esquecer que o preservativo é o método fundamental na prevenção destas infeções. O anel vaginal é um método contracetivo cujo objetivo é evitar uma gravidez.


Espreita o vídeo sobre o anel vaginal! E diz-nos: ficaste com vontade de experimentar?


Nota: vídeo retirado de: https://www.youtube.com/watch?v=mkSakVCq9tg


Dra. Tânia Ascensão
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Dispositivo intra-uterino: tudo o que precisas de saber!

Em 2021 decidimos fazer diferente!

Decidimos que o ano novo devia responder às vossas perguntas, de forma mais prática e eficaz.

Assim, pegámos nas dúvidas, medos e anseios mais frequentes das nossas jovens e decidimos dar-lhes respostas: sem rodeios! 


São muitas as hesitações sobre os DIUs (dispositivos intra-uterinos) nas jovens, tais como:


"Posso colocar um DIU mesmo nunca tendo filhos?"

A resposta é sim! Podes! E há cada vez mais opções de diferentes marcas e tamanhos que se podem adaptar melhor ao teu corpo!


"O DIU dura para quanto tempo?"

Depende do DIU: depende da sua constituição (cobre ou libertador de hormona - progestativo) e da sua marca. O tempo de duração do DIU varia entre 3 a 10 anos. 


"O DIU também me protege das infeções sexualmente transmissíveis?"

Não! Nunca esquecer que o preservativo é o método fundamental na prevenção destas infeções. O DIU é um método contracetivo cujo objetivo é evitar uma gravidez.


"Onde posso colocar um DIU?"

Os DIU podem ser colocados no Centro de Saúde ou nos Serviços de Ginecologia dos Hospitais, em consulta de planeamento familiar. Este é um método fornecido gratuitamente nestes serviços.


"Com o DIU continuo a menstruar?"

Depende do DIU e da sua constituição. Nos DIU de cobre, os ciclos menstruais e as menstruações mantém-se, podendo em alguns casos ficar até um pouco mais abundantes. Os DIU libertadores de hormona (progestativo) podem resultar na manutenção das menstruações habituais, por vezes diminuição do fluxo ou até mesmo ausência de menstruação. Qualquer uma das situações é normal, sem razão para alarme.


"Colocar um DIU dói muito?"

A colocação do DIU tem um desconforto ligeiro a moderado, mas coloca-se num gabinete de consulta. A maioria das jovens e senhoras sente uma moinha na colocação, mas sem necessitar de qualquer medicação analgésica. Tudo depende de cada um e da forma como reage o desconforto.
 

Esperamos que tenhas ficado mais esclarecida! 

Se tiveres tempo, relembra a nossa publicação de Agosto de 2019 sobre "métodos contracetivos de longa duração", onde há um conjunto de outras informações relevantes sobre os DIU! 




Dra. Tânia Ascensão
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra